Atualizado às 12h54
Morador de São Bernardo, o aposentado Ronaldo Trivilin, 62 anos, está internado no hospital AC Camargo, em São Paulo, devido a um câncer renal metastático que já avançou para os ossos e o fígado.
Diante do quadro adiantado da doença, os médicos indicaram o medicamento Axitinib Inlyta como única opção para estacionar o progresso da doença e diminuir o tamanho dos tumores.
O problema é o custo mensal do tratamento que chega aos R$ 22 mil, valor inacessível para Ronaldo e sua família. Como ex-funcionário da Mercedes-Benz, ele conseguiu manter o convênio médico, porém o mesmo cobre apenas as despesas com internação.
Sem condições de arcar com a alta quantia, a opção foi entrar na Justiça para receber ajuda da Prefeitura e do Estado. No dia 10 de maio, os advogados Isabel Cristina Rotta e Sebastião Siqueira Santos Filho protocolaram o processo (número 1010836-79.2017.8.26.0564) na 1º Vara da Fazenda.
A decisão judicial favorável, publicada quarenta e oito horas depois, obrigava a Prefeitura a comprar o medicamento em cinco dias, o que não foi cumprido.
Em um primeiro momento, segundo Isabel, houve um contato da Secretaria da Saúde mostrando disposição a acatar a decisão. “Na quinta-feira (25) recebi o contato de um representante da Prefeitura informando que o medicamento seria comprado por ser uma questão grave. Ficaram de me dar um retorno na sexta, o que não ocorreu. Agora não atendem mais as minhas ligações”, afirma Isabel.
Ainda de acordo com a advogada, a Prefeitura está aguardando o Estado ser citado no processo, uma manobra judicial para ganhar tempo. “O Estado tem o medicamento no estoque. A Prefeitura pode solicitar um empréstimo. É tudo uma questão burocrática apenas”, explica a advogada.
Se não receber o tratamento a tempo, o paciente no estágio em que se encontra Ronaldo pode vir a óbito rapidamente. Diante desse cenário, um novo pedido feito à Justiça visa acelerar o cumprimento da decisão judicial estabelecida há duas semanas. Nele são solicitadas o pagamento de multa pesada e a prisão do prefeito Orlando Morando. O juiz do caso deve se pronunciar até amanhã (31).
A Prefeitura foi contatada pela reportagem para se pronunciar sobre a decisão judicial e emitiu uma nota oficial sobre o caso (leia aqui na íntegra).
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