Construída em 1937, na antiga área denominada Sítio do Cabral, chácara remanescente do núcleo colonial de São Bernardo – linha Jurubatuba, a Casa do Comissário do Café, na Vila Gonçalves, serviu de residência de veraneio para a família de Horácio Ferreira da Silva. O imóvel representa um marco da história do café e o caminho de passagem Porto/Capital.
Mineiro de Jaguary e morador da cidade São Paulo, o Sr. Horácio era empresário no ramo de exportação de café, com firma sediada em Santos. Todas as manhãs, ele pegava o trem chamado “Cometa dos Comissários”, às 8h, na Estação da Luz, e seguia para trabalhar em Santos. Voltava no mesmo cometa às 5h da tarde. Os caseiros que habitavam esse prédio vieram de Bragança Paulista, da fazenda de propriedade de “Capitão Vieira”, pai do Sr. Horácio.
Dentre as características arquitetônicas do imóvel, é possível citar a construção em alvenaria de tijolos, com cobertura de telhas do tipo colonial. A casa apresenta sacadas e terraços no pavimento superior e, no inferior, um alpendre. Destacam-se os ornamentos junto às janelas das fachadas e a presença de ladrilhos hidráulicos nos banheiros, na cozinha e na dispensa, um traço comum a esse tipo de residência naquela época.
Identificada como um patrimônio cultural de São Bernardo, a propriedade foi tombada em 1987 pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo do Campo (Compahc-SBC) em função de seu valor histórico como exemplar arquitetônico típico das residências da elite nos anos 1930 e como marco da função rural que o município desempenhou até a década de 1960.
A casa fica na Rua João Gross, 221, Vila Gonçalves (conheça a história do bairro aqui), mas por estar integrada a um condomínio, a visitação não é permitida.
Fonte/Fotos: Seção de Pesquisa e Documentação (Memória) de São Bernardo do Campo.