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Pet Memorial oferece velório e cremação para animais de estimação em São Bernardo

Os bichos de estimação nunca foram tão amados e cuidados como nos últimos tempos. Não são poucas as pessoas que chamam seus mascotes de filhos. Segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2013, de cada cem famílias do país, 44 criam cachorros, enquanto só 36 têm crianças. Vale lembrar que não entraram na conta as casas em que é possível encontrar gatos, aves… Mesmo nesse cenário, não é raro uma pessoa cujo animal de estimação morreu ser consolada com frases como “era só um bichinho, não fique assim” ou “arrume outro para substituir”.

Ter um bicho de estimação é uma experiência amorosa intensa, que transforma a vida e a rotina do dono. “Por essa razão, quando um animal adoece e entra em fase terminal ou morre de repente, há uma desestruturação da organização familiar”, afirma a veterinária Ceres Berger Faraco, doutora em psicologia pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul e especialista em comportamento e bem-estar animal.

Nem todo o preparo profissional fez com que a médica Adriana Thomaz –que atua com assistência terapêutica ao luto no Rio de Janeiro—passasse ilesa à morte de Lucy Maria, sua gata de estimação, há quase dois anos.

“Ela morreu deitada no meu colo, ao som de música clássica. Ela viverá para sempre em minha memória e no meu coração. Foi uma experiência de doçura e luz que iluminou a minha vida”, diz, emocionada.

Na opinião de Adriana, não há certo ou errado na conduta ao lidar com a morte. “Há o que é coerente para cada pessoa e é isso o que deve ser feito. Ninguém precisa tentar seguir em frente o mais depressa possível só porque está incutido na sociedade o conceito de que é só um animal. Respeite o seu tempo e faça o que tenha vontade”, fala a especialista.

Para Joelma Ruiz, psicóloga clínica e hospitalar especialista em terapia do luto, os bichos deixaram de ser bens pessoais para se tornarem membros da família. “No entanto, os animais vivem um oitavo da vida dos seres humanos e muitos familiares irão presenciar o adoecimento, a velhice e o rompimento desse vínculo”, diz.

A morte de um bicho causa o mesmo sofrimento que o de um ente querido. O luto, portanto, deve ser enfrentado. É bom salientar que ele não é uma fase, mas, sim, um processo de adaptação após perdermos alguém que era importante para nós.

“O luto pela perda do animal não é reconhecido pela sociedade, o que pode ser confirmado pela falta de procedimentos oficiais após a morte. Não pode ser manifestado ou amparado. O respeito e apoio dos familiares e amigos são fundamentais para a elaboração do luto saudável”, afirma Joelma, que também atua como consultora do crematório Pet Memorial, em São Bernardo do Campo (SP).

Despedida digna
A despeito do preconceito que ainda cerca a questão, há um nicho de mercado que oferece diversos procedimentos para tornar o momento de dizer adeus ao mascote o mais humanizado possível.

Quando um animal morre, uma das alternativas para o destino do corpo é enterrá-lo no jardim de casa ou em um sítio. Porém, alguns cuidados devem ser tomados sob a orientação de um veterinário para evitar contaminação do solo e impedir o acesso de crianças e outros animais.

Outra possibilidade é consultar a prefeitura da cidade sobre a coleta de destinação de animais mortos. Em geral, o órgão faz a cremação do corpo (medida mais aconselhável, principalmente em casos de doença infectocontagiosa), mas não entrega as cinzas ao dono.

Por último, uma opção que vem sendo bastante adotada é a de contratar os serviços de crematórios e cemitérios particulares, apropriados para animais dos mais diversos portes. As cinzas podem ser deixadas no local ou levadas pelos donos, em urnas específicas. Esses estabelecimentos oferecem também infraestrutura semelhante à de quando um ser humano morre: remoção, velório, cerimônia de despedida, urnas especiais.

No Pet Memorial, que realiza cerca de 750 cremações por mês, entre coletivas e individuais, há até velório on-line e uma gruta onde os donos, além da urna cinerária, podem deixar lembranças do animal, como fotos, brinquedos e acessórios, transformando o espaço em um santuário. Os serviços custam a partir de R$ 1.056 (sem devolução das cinzas para o dono).

“Quem contrata esse tipo de serviço quer dar ao animal que tanto lhe proporcionou felicidade uma partida digna e cheia de carinho”, declara Antônio A. de Alcântara Netto, proprietário do Crematório de Animais Pet Céu, em Pinhais (PR).

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