Enquanto governantes ameaçavam reduzir os recursos destinados à Educação, um homem foi capaz de provar que investimento em ensino é essencial. Trata-se do engenheiro Salvador Arena.
Ele não participou de cargos públicos, mas teve a visão de que um país precisa de boa educação para avançar.
A fundação que leva seu nome funciona em São Bernardo do Campo desde 1964 e, antes de morrer, em 1998, o industrial deixou claro em seu testamento que a organização seria herdeira universal e única de todo o seu patrimônio.
A instituição tem como objetivo cooperar para a solução de problemas de educação e assistência aos necessitados, sem distinção de qualquer natureza.
Salvador Arena nasceu em Trípoli, na Líbia, no dia 12 de janeiro de 1915, e chegou ao Brasil em 1920, aos 5 anos de idade, acompanhado dos pais, Nicola e Giudita. O casal abriu uma oficina mecânica para o processar sucata de metais.
O jovem líbio formou-se engenheiro pela Poli e, aos 27 anos, com o dinheiro que recebera de indenização de seu emprego na Light decidiu abrir a Termomecanica São Paulo S.A., indústria voltada para a produção de barras, vergalhões, fios e tubos.
Hoje, a empresa com sede em São Bernardo do Campo, está entre as 500 maiores do Brasil e é líder no setor de transformação de metais não ferrosos.
Com o sonho de melhorar a educação pública do Brasil, Salvador Arena primeiro pensou em produzir material didático para oferecer às escolas.
Como não houve interesse do governo, resolveu abrir uma escola dentro da própria fábrica para atender aos seus funcionários.
Comprou 150 cadeiras e mesas e contratou professores de Matemática, Português e Ciências da Fundação Getulio Vargas e do Mackenzie. Os trabalhadores iam para as aulas depois do expediente. O projeto, no entanto, ultrapassou as paredes da Termomecanica.
Em 1989, Arena reuniu um grupo de educadores e montou um colégio para atender à comunidade de São Bernardo do Campo e cidades vizinhas. Assim começou a ser construído o Centro Educacional Salvador Arena, na região do Alvarenga.
Atualmente, milhares de alunos estudam gratuitamente no Colégio e na Faculdade mantidos pela instituição.
O industrial também ficou conhecido por sua gestão avançada em termos de valorização dos funcionários. Ele criou, por exemplo, uma política salarial diferenciada, concedendo participação nos lucros e remuneração por produtividade.
Antes de ser estabelecido o 13º salário, já pagava um adicional no fim do ano. Além disso, criou uma cooperativa de crédito, com juros subsidiados, para que os seus funcionários tivessem uma alternativa às altas taxas do mercado.
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Com informações da assessoria da CEFSA