Cotidiano

Batalha da Matrix: Pesquisa da USP exibe a luta dos jovens pelo espaço público em São Bernardo

Uma pesquisa da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP revela os desafios enfrentados por jovens negros e periféricos de São Bernardo para frequentar a Praça da Matriz, um importante espaço público da cidade.

A dissertação de mestrado “Cultura, Espaço e Política: um estudo da Batalha da Matrix em São Bernardo do Campo”, de Felipe Oliveira Campos, ex-rapper e MC, detalha as mudanças no movimento Hip Hop e destaca a luta desses jovens para manterem sua presença na praça. Sob a orientação do professor Carlos Henrique Barbosa Gonçalves, Campos mostra como o Hip Hop, além de ser um movimento cultural, atua politicamente para promover mudanças sociais.

Desde 2013, a Batalha da Matrix acontece na Praça da Matriz, reunindo jovens para duelos de rimas de improviso, conhecidos como freestyle. Esses encontros, que ocorrem todas as terças-feiras, das 19h às 22h, têm enfrentado repressão da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, gerando tensão entre os frequentadores e as autoridades.

Em janeiro de 2016, a repressão policial interrompeu a Batalha da Matrix, dispersando cerca de 600 pessoas. Esse evento foi um dos muitos confrontos que os organizadores enfrentaram, resultando em protestos e reuniões com as autoridades locais para garantir a continuidade das batalhas.

Apesar das dificuldades, os organizadores da Batalha da Matrix continuam a lutar pelo direito de ocupar a Praça da Matriz. A batalha não é um evento cultural, mas um símbolo de resistência e luta pela legitimação do espaço público. “A Batalha da Matrix permanece na Praça da Matriz e também nas redes sociais, buscando legitimidade e mobilizando seguidores”, destaca Campos.

Com informações do Jornal da USP

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