O Departamento de Atenção Básica e Gestão do Cuidado de São Bernardo promoveu, na última segunda-feira (30), uma capacitação online voltada aos profissionais da rede municipal de saúde, com foco no acolhimento e atendimento humanizado à população LGBTQIAPN+. A formação reuniu 83 trabalhadores da Atenção Básica.
De acordo com a diretora do departamento, Angela Fernando, o objetivo da capacitação não foi a abordagem clínica, mas sim a promoção de um atendimento inclusivo, que respeite o nome social autodeclarado — sem exigência de comprovação documental — e garanta um ambiente seguro e livre de julgamentos nos serviços de saúde.
“O foco foi conscientizar sobre diversidade de gênero e o significado de cada letra da sigla LGBTQIAPN+, relacionando identidade de gênero, orientação sexual e sexo biológico. Reforçamos que não cabe julgamento. Nosso dever é acolher e respeitar a pessoa como ela é”, explicou Angela.
Durante o encontro, também foram abordadas legislações de proteção aos direitos da população LGBTQIAPN+, além das conquistas históricas e garantias legais de acesso igualitário aos serviços públicos. A equipe foi convidada a refletir sobre os desafios vividos por essas pessoas, como conflitos familiares, discriminação e sofrimento social.
“Pedimos aos profissionais que tenham empatia com essas trajetórias e que não sejam mais uma fonte de dor ou constrangimento dentro da rede municipal de saúde. Precisamos ser parte do cuidado e da escuta”, reforçou a diretora.
A capacitação também destacou a importância do acolhimento desde a infância, ressaltando que a diversidade de gênero pode se manifestar em qualquer fase da vida. “É essencial oferecer atenção sensível e orientação adequada às crianças e suas famílias”, completou Angela.
Desde 2021, a formação já capacitou mais de 700 profissionais. A edição deste ano foi promovida em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em 28 de junho, e reafirma o compromisso de São Bernardo do Campo com o respeito à diversidade, previsto em legislação municipal e sinalizado em todas as unidades de saúde com placas institucionais que reforçam essa política.