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Bebê prematura dá importante passo com órtese personalizada no Hospital da Mulher de São Bernardo

Nascida com apenas 25 semanas de gestação e pesando apenas 850 gramas, Lívia Agostinho de Melo permanece internada no Hospital da Mulher de São Bernardo, onde recebe cuidados contínuos desde o nascimento. Hoje com 1 ano e 6 meses, a menina enfrenta os desafios da prematuridade extrema, incluindo atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, além de necessitar de traqueostomia para respirar e gastrostomia para se alimentar diretamente pelo estômago.

Mesmo diante de tantas dificuldades, Lívia alcançou recentemente uma conquista que emocionou toda a equipe multidisciplinar do hospital: com a ajuda de uma órtese feita sob medida, ela conseguiu ficar em pé pela primeira vez. A iniciativa foi fruto do trabalho conjunto das equipes de fisioterapia e terapia ocupacional, que buscam estimular seu desenvolvimento motor e garantir mais qualidade de vida.

“Ficar em pé é um marco no desenvolvimento infantil. Essa posição favorece a formação do quadril, fortalece a musculatura, estimula os sistemas respiratório, digestivo e urinário e proporciona uma nova percepção do ambiente, essencial para o desenvolvimento cognitivo e emocional”, explicou Vivian Taciana Simioni Santana, coordenadora das áreas de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

A órtese utilizada por Lívia — uma tala adaptada para a perna — foi pensada para proporcionar segurança e respeitar suas limitações, permitindo avanços graduais em sua autonomia. “O objetivo é ampliar as possibilidades de movimento e interação, inserindo o brincar como ferramenta de estímulo. Já observamos melhor controle do tronco, apoio das mãos e até o gesto espontâneo de alcançar objetos”, contou a terapeuta ocupacional Rafaela Souza Marques.

A fisioterapeuta Bruna Esequiel Gaspara destacou ainda o papel fundamental da família na evolução de Lívia. “Os pais acompanham tudo de perto e participam ativamente do processo de cuidado e desenvolvimento da filha.”

Os pais da menina, Patricia Ferreira Melo e Adilio Agostinho Bezerra, são pessoas surdas e seguem cada etapa da evolução de Lívia com o apoio da equipe especializada do hospital. A comunicação é facilitada por meio do aplicativo “SBC em Libras”, desenvolvido pela Prefeitura para garantir acessibilidade e inclusão em serviços públicos.

A trajetória de Lívia é exemplo de como o cuidado integrado, humanizado e sensível pode transformar vidas. No Hospital da Mulher de São Bernardo, cada conquista, por menor que pareça, é celebrada como uma verdadeira vitória.


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