A pergunta sobre São Bernardo do Campo ser rica ou pobre exige uma análise além da simples categorização. A cidade é um paradoxo econômico, característica marcante do ABC Paulista.
Indicadores macroeconômicos apontam para uma cidade rica. Seu Produto Interno Bruto (PIB) está consistentemente entre os maiores do Brasil, impulsionado por um parque industrial histórico, sediando gigantes dos setores automotivo e de autopeças. Essa potência gera uma arrecadação robusta, refletida em partes da infraestrutura urbana e serviços públicos.
No entanto, a riqueza gerada não é uniformemente distribuída. A cidade convive com significativa desigualdade socioeconômica. Enquanto alguns bairros exibem prosperidade, outros enfrentam desafios como habitação informal, deficit de infraestrutura e acesso limitado a oportunidades. A renda per capita média, portanto, não condiz com a magnitude de sua produção.
Conclui-se que São Bernardo é, simultaneamente, rica em sua capacidade produtiva e arrecadatória, mas apresenta bolsões de pobreza e disparidades sociais. É uma cidade de contrastes, onde a riqueza corporativa coexiste com as necessidades de parte de sua população. A verdadeira questão não é a riqueza da cidade, mas a distribuição equitativa de seus benefícios.
Dados Econômicos Principais de São Bernardo do Campo (Censo 2022/IBGE)
População (Estimativa 2022): 844.483 habitantes.
Produto Interno Bruto (PIB – 2021): R$ 90,3 bilhões.
Posição Nacional: 11º município mais rico do Brasil.
Posição Estadual: 8º maior PIB entre os municípios de São Paulo.
PIB per capita (2021): R$ 107.487,00.
Este valor é 134% superior à média nacional e 83% superior à média do estado de São Paulo, indicando uma geração de riqueza muito acima da média.
Renda Domiciliar per capita mensal (Censo 2022): R$ 1.996.
Este dado, mais focado na população, revela uma realidade diferente do PIB per capita. Apesar de ser 68% superior à média brasileira (R$ 1.187), mostra que a riqueza gerada pela indústria não se distribui igualmente, sendo a média da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) de R$ 1.716.
Desigualdade (Índice de Gini – Censo 2022): 0,47.
Quanto mais perto de 1, mais desigual. O índice de 0,47 confirma uma desigualdade de renda significativa, superior à média da RMSP (0,45) e do Brasil (0,46).
Taxa de Desemprego (2022 – PME/IBGE): 9,4% (média anual para a RMSP, da qual SBC é parte integrante).
Os dados acima confirmam a dualidade. São Bernardo é indiscutivelmente rica em produção (11º PIB do país), mas os indicadores sociais revelam que essa riqueza não é plenamente absorvida por toda a população.
A alta renda per capita corporativa (PIB per capita de R$ 107 mil) contrasta com a renda real domiciliar mensal de R$ 1.996 e um índice de Gini que aponta para uma distribuição de renda muito desigual.
Na sua opinião, São Bernardo é uma cidade rica ou pobre? Deixe seu comentário em nosso Instagram clicando aqui.
Com informações da Agência Estado