Cotidiano

Scania está preocupada com cenário econômico no Brasil, diz CEO

A Scania decidiu deslocar as exportações de caminhões para os mercados do Oriente Médio e da Oceania para sua fábrica em São Bernardo do Campo, em razão da redução nas vendas internas provocada pelos juros elevados. A medida busca ocupar a capacidade ociosa no Brasil e aliviar as fábricas europeias, com carteiras de pedidos cheias.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente de Logística da Scania, Fabio Castello, na sede da empresa em Södertälje, próximo a Estocolmo. “Assim que identificamos a possibilidade de capacidade ociosa em São Bernardo, os mercados overseas começaram a ser transferidos para o Brasil, liberando espaço na Europa”, afirmou. Entre os destinos realocados estão Dubai, Abu Dhabi, Arábia Saudita, Austrália e Nova Zelândia.

Castello revelou ainda que o Brasil fornecerá componentes para a fábrica que a Scania planeja inaugurar ainda neste ano em Rugao, na China, reforçando o papel estratégico da unidade brasileira na cadeia global de produção.

Segundo o CEO da empresa, Christian Levin, o cenário econômico atual no Brasil preocupa a companhia. O financiamento mais caro no país e tarifas aplicadas pelos Estados Unidos têm gerado insegurança às transportadoras. “Todos os clientes da Scania no Brasil estão preocupados com o aumento da taxa de juros. Para piorar, muitas decisões de investimento estão em espera por conta das tarifas de 50% aplicadas pelo governo dos EUA a produtos brasileiros”, explicou Levin.

Apesar dos desafios, Levin destacou confiança numa reação futura das vendas. “Se você olha para a Argentina, o mercado está indo muito bem, após muitos anos de dificuldades. Mas, embora outros mercados da América Latina apresentem desempenho positivo, o Brasil é muito grande para nós, e o que acontece aqui é de extrema importância. Estamos um pouco preocupados com o Brasil neste ano”, afirmou o executivo.


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