Enquanto cidades vizinhas como São Paulo e São Caetano do Sul celebram a rica herança de imigrantes italianos com grandes festas temáticas, a nossa São Bernardo do Campo, também berço de histórias construídas por mãos europeias, carece de um evento que honre publicamente essa parte crucial de sua identidade.
Em bairros como Demarchi, Batistini e o centro da cidade, ainda ecoam os nomes das famílias italianas ali estabelecidas. As memórias de orgulho e trabalho árduo, de quem ajudou a erguer a Villa de São Bernardo no século passado, parecem não se traduzir em uma celebração comunitária e aberta a todos.
A única exceção é a Festa de São Bartolomeu, que, embora importante, é realizada de forma mais restrita. Sua natureza familiar reforça o ponto: a tradição existe, mas permanece em um círculo fechado. Não se tornou um evento que convida toda a cidade a participar, a provar a autêntica culinária, a ouvir a música e a sentir a alegria de uma grande festa italiana.
Será que essa identidade se diluiu ao longo do tempo? Ou a memória da imigração, tão valorizada nas falas, não foi abraçada como um ativo cultural a ser exibido e celebrado publicamente?