Um estudo do Dieese, apresentado na última terça-feira (23) no evento “Os impactos do Tarifaço no Grande ABC”, revelou que as exportações da região para os Estados Unidos caíram de US$ 61,6 milhões em agosto de 2024 para US$ 46,5 milhões em agosto de 2025. A retração de 24,6% representa perdas de quase US$ 15 milhões em apenas um mês.
Segundo o levantamento, São Bernardo do Campo foi um dos municípios mais afetados, com queda de 67,6% nas exportações. Mauá (-66,9%), Diadema (-50,5%) e Ribeirão Pires (-32,2%) também sofreram forte impacto, especialmente nos setores metalúrgico, automotivo e de defesa.
O encontro, realizado pelo SMABC em parceria com o Consórcio Intermunicipal e a Agência de Desenvolvimento Econômico, reuniu prefeitos, representantes do BNDES e lideranças empresariais. Foram definidos encaminhamentos como a criação de uma Comissão Regional de Monitoramento dos Impactos e a ampliação da estratégia “Grande ABC para o Mundo”, voltada à diversificação de mercados.
Representantes do BNDES destacaram linhas de apoio do Plano Brasil Soberano, programa federal que busca mitigar os efeitos das tarifas. “O foco é fornecer liquidez imediata, facilitar acesso a crédito e incentivar adaptação das empresas”, afirmou Nelson Barbosa, diretor da instituição.
A proposta de uma “Missão Grande ABC Para o Mundo” também foi discutida, visando ampliar conexões internacionais. Para Aroaldo Silva, secretário-executivo do Consórcio, o desafio é “transformar a crise em oportunidade” por meio de cooperação e novas parcerias.