Em 1961, mesmo com a cidade passando por grandes transformações, impulsionadas pela expansão industrial e pelos migrantes que chegavam de toda parte, o carnaval saobernardense preservava certas feições tradicionais, exemplificadas pela presença de blocos e ranchos carnavelescos e pela força dos bailes de salão.
Os diversos bailes que mobilizavam a população, quase sempre promovidos pelos clubes e associações locais, refletiam o papel essencial que essas instituições tinham como espaços de lazer na cidade, tanto no centro como em alguns bairros.
Por meio do jornal Folha de São Bernardo, de 19/02/1961, vemos que naquele ano foram promovidos bailes e/ou matinês pelo Odeon Clube (Centro), Associação Atlética Elni (Vila Euclides), Acesb (realizado na antiga Cantina Santos, na Rua Frei Gaspar), Meninos F.C. (Rudge Ramos), Piraporinha F.C, Esporte Clube Juventus (também no Piraporinha) e Associação Atlética Mercedes Benz (Paulicéia).
A publicação também relata o desfile dos blocos e ranchos, ocorrido na terça-feira de carnaval, destacando o Rancho Panelinha (que era de Santo André) e o Bloco Unidos de São Bernardo, ambos premiados. Outro destaque da festa foi o popular Jaú, que trocara naquele ano sua tradicional fantasia de noiva por uma de viúva, surpreendendo o público.
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Apesar de as festas terem atraído muitos foliões, as reportagens do jornal também assinalam certo esvaziamento da cidade durante o feriado, mostrando que parte da população já buscava as praias do litoral ou o sossego do interior como alternativa de lazer.
Como afirma em sua coluna o jornalista Tito Lima: “Uma pena que a cada ano (…) aumenta a debandada e a gente aqui fica com saudade de todos os amigos que viajam (…) por não apreciarem o ‘reinado de Momo'”.
Fonte/Fotos: Seção de Pesquisa e Documentação (Memória) de São Bernardo do Campo.