O isolamento social decretado como forma de combater o avanço do novo coronavírus provocou a paralisação das atividades do Lar da Mamãe Clory em São Bernardo do Campo.
A instituição fundada em 1943 por Clory Fagundes de Marques (falecida em 2011) presta atendimento a crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social.
Para manter o atendimento e cobrir os custos de suas instalações, a entidade realiza eventos e promove bazares agora interrompidos pela pandemia.
Diante da crise que se abateu sobre a instituição, a direção do Lar da Mamãe Clory acabou dispensando 40 funcionários no último dia 20 de março.
Ao jornal Diário Regional, a presidente da instituição, Soely Gozzi, explicou a decisão: “Assinei a rescisão com um objetivo: como não estamos faturando, se todos ficassem não poderia pagá-los em abril, maio, junho e julho. Então, dispensei para que pudessem requerer o seguro desemprego.”
Nas redes sociais, parte dos colaboradores reclama que ainda não conseguiu receber os valores pendentes e dar entrada nos benefícios. Em nota, a instituição se posicionou sobre a situação (leia abaixo na íntegra).
“O Lar da Mamãe Clory, uma instituição beneficente sem fins lucrativos, gerida por voluntários e mantida através de doações, tem passado por sérias dificuldades financeiras a partir da paralisação de suas atividades em decorrência da pandemia global do Corona vírus (COVID19).
Com seus quase 50 anos de atividade, nossa instituição sempre teve o propósito sincero ajudar o próximo, trabalhando de forma diligente e correta em prol da comunidade. A maior parte dos recursos que sustentam o Lar da Mamãe Clory é obtido através de venda de material doado: brinquedos, roupas, móveis, livros etc.
Ocorre que, com a paralisação das nossas atividades, fomos levados a uma situação grave, nunca antes vista, vez que não recebemos doações, não temos visitantes e não podemos vender o pouco que ainda temos.
Como decorrência desta trágica situação, não nos restou alternativa senão dispensar 40 funcionários em 20 de março de 2020 e, por conta da grave falta de recursos, nem todos os pagamentos rescisórios puderam ser devidamente quitados no prazo legal.
Ainda assim, com base nos procedimentos(1) legais e circulares da Caixa Econômica Federal(2), foi gerada toda a documentação(3) necessária para que os funcionários desligados conseguissem sacar seu saldo de FGTS já depositados pela instituição e receber o seguro desemprego na forma da lei.
Alguns funcionários conseguiram sacar o FGTS, mas surpreendentemente outros não. Para a maioria a Caixa Econômica Federal tem negado a liberação dos valores devidos, solicitando uma decisão judicial para reconhecer a grave situação que atravessamos como força maior e autorizar os saques.
Vale notar que, em nossa análise, não existe base legal para que a Caixa solicite sentença judicial para liberar valores que estão em seu poder e são devidos a trabalhadores, uma demanda absurda que só agrava situação geral. Ainda assim, com intuito de auxiliar a todos os envolvidos e deixar clara a situação grave que atravessamos, a equipe jurídica do Lar da Mamãe Clory está preparando as medidas judiciais cabíveis para solicitar o reconhecimento judicial de força maior.
Estamos envidando nossos melhores esforços para sanar todos os problemas que assolam a nossa entidade e os ex-funcionários, tratando todos com respeito e a solicitude que sempre foi parte do nosso DNA.”
COMO AJUDAR
Interessados em ajudar instituição pode fazer uma transferência ou depósito diretamente na conta do Lar da Mamãe Clory por meio do Banco Santander (033) – Agência: 0060 – Conta corrente: 13001548-4.
Mais informações sobre a entidade podem ser obtidas pelo telefone (11) 4109-2773 e no site www.mamaeclory.org.br.