Máfia da Merenda: escuta telefônica revela propina durante eleição em São Bernardo

Após pedir exoneração do cargo de secretário de Assuntos Governamentais, o advogado Carlos Roberto Maciel também renunciou à presidência da Fundação do ABC, posto que ocupava desde o início do ano.

Maciel foi citado na investigação que apura denúncias de desvios de recursos da merenda escolar, operação essa que recebeu o nome de Prato Feito.

O advogado é suspeito no crime de corrupção passiva por ter facilitado a prorrogação do contrato entre a Prefeitura de São Bernardo e a empresa Le Garçon, administrada pelo seu genro, Fábio Favaretto Mathias, que já atuava na cidade durante a gestão de Luiz Marinho (PT).

Na manhã desta quarta-feira (09), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na Paço Municipal, deixando o local com diversos documentos e computadores em mãos para análise.

Segundo o relatório da investigação, o contrato da Le Garçon teria sido fraudado para “compensar os custos com as propinas concedidas durante a campanha eleitoral”.

A partir de escutas realizadas, soube-se que Fábio teria estabelecido uma espécie de “parceria com o candidato (Orlando Morando, do PSDB)” para assim “manter contratos com esta Prefeitura”, tudo feito sob intermediação de Carlos Maciel.

No primeiro telefonema grampeado, o dono da Le Garçon conversava com um homem identificado como “Juliano”. Ambos falavam sobre a eleição municipal e que o melhor cenário seria um embate entre Orlando Morando e Tarcísio Secoli no segundo turno. “Tomara que vá ele contra o PT. Contra o PT, contra o outro (Alex Manente) dificulta”, diz Fábio.

Em uma segunda gravação, após o primeiro turno, o empresário avaliava o resultado. Durante a conversa, Fábio relatou que estava “concedendo vantagens indevidas a candidatos com vistas a fechar contrato, ao que já teriam ocorridos ‘acertos’ neste sentido”.

Apesar de citado no relatório, Orlando Morando ficou de fora da investigação. Nomes de outros políticos, possivelmente envolvidos, não foram divulgados pela PF até o momento.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que, desde o início da gestão, em 2017, não firmou nenhum contrato com empresas envolvidas na operação deflagrada nesta quarta-feira.

Com informações do G1 e Repórter Diário

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