Em 2019, a Ford vai completar 100 anos de Brasil, sendo a primeira montadora de veículos a se instalar no país.
A história com São Bernardo do Campo começou há quase 57 anos, mais precisamente em outubro de 1962, quando a empresa adquiriu o controle acionário da Willys-Overland (veja fotos antigas aqui).
No Taboão, foram produzidos carros vendidos em todo o país, como os “clássicos” Corcel, Maverick, Escort, Del Rey e Belina. A linha de automóveis acabou transferida para a cidade de Camaçaria (BA) em 2014.
Desde então, São Bernardo ficou com a produção de caminhões e do Fiesta, mas nesta terça-feira (19), a montadora norte-americana anunciou o fechamento da unidade são-bernardense (leia o comunicado aqui).
O primeiro impacto na economia local virá com a demissão de quase três mil trabalhadores. A decisão deve afetar ainda terceirizados, fornecedores, comerciantes, entre outros que dependem direta ou indiretamente da fábrica.
Não faltam histórias de quem fez da empresa uma extensão da vida. “Dediquei os últimos 11 anos à empresa e agora não sei o que fazer”, lamenta uma funcionária que pediu para não ser identificada.
Os mais jovens não sabem, mas São Bernardo um dia já foi considerada a capital nacional da indústria automobilística, porém o aumento do custo da mão de obra, uma sequência de greves e o aceno de outras regiões com isenções de impostos culminaram com a redução da produção.
A própria Ford, ao investir em uma nova fábrica na Bahia, parecia alertar os são-bernardenses de que o casamento com a cidade, de quase cinco décadas, chegaria ao fim em breve.
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