Apontado como chefe do departamento de propinas da OAS, José Ricardo Breghirolli relatou em seu acordo de delação premiada desvios de R$ 12 milhões em obras contratadas pela prefeitura de São Bernardo do Campo, durante a gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT).
Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Breghirolli afirmou que entre os anos de 2010 e 2014 a OAS chegou a fazer pagamentos mensais de R$ 200 mil a R$ 1 milhão a agentes públicos na cidade com recursos oriundos do caixa 2 da empreiteira.
Homologada em abril deste ano, a delação de Breghirolli, bem como os nomes dos supostos destinatários da propina, ainda estão sob sigilo.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, uma das obras apontadas pelo delator como foco do esquema de corrupção é o piscinão construído no Paço Municipal. A obra inaugurado no último dia 20 de agosto, foi executada por um consórcio formado pela OAS ao custo de R$ 353 milhões.
Só na gestão Marinho, a OAS assinou outros nove contratos com a prefeitura são-bernardense para obras de mobilidade e habitação. A soma de todos os contratos, que tiveram repasses federais por meio do PAC, chega a quase R$ 1 bilhão.
Pelo acordo de delação, a empreiteira terá de devolver aos cofres municipais pelo menos os R$ 12 milhões desviados nos contratos.
Em nota, o ex-prefeito Luiz Marinho afirmou que “desconhece a existência desse tipo de procedimento com agentes públicos durante seu governo” e que “nunca recebeu qualquer tipo de vantagem de empresas prestadoras de serviços no seu governo”.
Procurada, a OAS afirmou por meio de nota que “conta com uma nova gestão e que tem contribuído com as autoridades competentes”.
Com informações do Terra