Na última terça-feira (29/08), a Comissão de Ética de Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tomou uma decisão unânime ao negar o recebimento da denúncia apresentada pela deputada estadual Carla Morando (PSDB) contra o deputado Luiz Fernando Teixeira (PT).
A denúncia estava relacionada a comentários considerados misóginos feitos pelo petista durante uma entrevista ao Diário do Grande ABC. Carla Morando alegou que foi alvo de “violência política de gênero e perseguição” por parte do deputado petista. Durante a sessão, Luiz Fernando Teixeira emitiu um pedido de desculpas.
Os membros da Comissão, incluindo os deputados Emídio de Souza (PT), Ediane Maria (PSOL), Eduardo Nóbrega (Podemos), Marta Costa (PSD), Alex de Madureira (PL) e o presidente Barros Munhoz (PSDB), analisaram as falas de Luiz Fernando e concluíram que as mesmas não justificavam uma ação de cassação. Barros Munhoz destacou que seu voto pelo não recebimento se baseou também no pedido de desculpas apresentado pelo deputado do PT. Assim, o processo foi arquivado.
Antes da votação, os parlamentares envolvidos tiveram a oportunidade de expor seus argumentos perante a Comissão. Carla Morando relembrou que essa não foi a primeira vez que denunciou Luiz Fernando por comentários machistas, referindo-se a uma situação semelhante ocorrida na legislatura passada, a qual também foi arquivada.
Luiz Fernando, por sua vez, rebateu as acusações, afirmando que sua fala teve um teor “positivo” em relação à deputada, comparando-a ao prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB). O deputado petista explicou que, durante a entrevista, foi questionado sobre as obras de Orlando em seu mandato como prefeito e respondeu que não havia nenhuma. Somente após insistência, mencionou que a única obra de Orlando foi auxiliar Carla a se eleger por dois mandatos.
Apesar do arquivamento da denúncia, Carla Morando reiterou sua intenção de levar o assunto adiante em outras instâncias.