Castração gratuita em São Bernardo é alvo de reclamações e divide opiniões

No final do mês de outubro, em evento realizado na sede do Centro de Controle de Zoonoses, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), acompanhado de vereadores da base aliada, anunciou a retomada do programa de esterilização gratuita de cães e gatos com a promessa inicial de zerar a fila de castrações até janeiro de 2018.

Nesta semana, munícipes recorreram à internet para reclamar dos serviços prestados pela clínica vencedora da licitação, localizada na vizinha Santo André. Entre os depoimentos registrados nas redes sociais, a maioria aponta problemas no procedimento pós-cirúrgico.

De acordo com a Prefeitura de São Bernardo, a clínica assinou um contrato de R$ 379 mil anuais para manter uma média de 500 atendimentos ao mês. Se atingido o objetivo, cada castração terá custado cerca de R$ 63, valor que gerou críticas entre pessoas ligadas à causa animal. “Impossível ter castração de boa qualidade, sem sofrimento e maus tratos, a preços baixos”, afirma a presidente da Comissão de Proteção Animal da OAB de São Bernardo, Dra. Antília Reis.

A reportagem teve acesso a um boletim de ocorrência registrado na Delegacia do Meio Ambiente que traz detalhes sobre um atendimento envolvendo uma cadela. De acordo com o depoimento colhido pela polícia, o animal apresentou uma hemorragia interna poucas horas depois da castração, exigindo nova internação, desta vez em outro estabelecimento, gerando custos ao tutor.

Diante do debate aberto em grupos na internet, também houve quem se posicionou em defesa do estabelecimento. “Eu levo os meus pets nessa clínica há anos. Inclusive fizeram cirurgias e nunca tiveram nenhum problema”, alega uma protetora.

Por telefone, a veterinária responsável pela clínica alvo de acusação afirmou que as denúncias são infundadas e que já acionou o departamento jurídico da empresa para se defender. A profissional também garantiu que o atendimento seguirá sendo realizado normalmente e explicou que, assim como acontece em outras campanhas de castração, não é realizada uma triagem por meio de exames, mas os munícipes são orientados e assinam um termo de responsabilidade, ficando cientes do formato de atendimento. “A gente tenta fazer o melhor trabalho, pois nós queremos bons resultados”, declarou.

A Prefeitura de São Bernardo também foi procurada e a reportagem aguarda um posicionamento. Mais informações em breve.

Compartilhe!