Prefeitura de S. Bernardo é acusada de usar febre amarela para ocultar problemas na volta às aulas

Após anunciar a suspensão da volta às aulas na rede municipal de ensino para utilizar as escolas como ponto de vacinação contra a febre amarela, a Prefeitura de São Bernardo do Campo foi duramente criticada pelo SindServ, sindicato que representa os funcionários públicos da cidade.

Em nota publicada na internet, o sindicato sugere que a administração municipal utilizou a questão da febre amarela para encobrir problemas relacionados à contratação de merendeiras e atraso na entrega de uniformes. “Mais uma vez, o governo municipal adota medida com argumentos bastante frágeis, e pode prejudicar educadores e estudantes.”, diz o texto da instituição que pode ser lido na íntegra neste link.

Por meio do Facebook, em transmissão ao vivo (vídeo na íntegra aqui), o vereador Julinho Furazi (PPS) chamou de “manobra” a suspensão da volta às aulas. No vídeo, o parlamentar também cita a questão das merendeiras e aponta que “inúmeras” escolas ainda não receberam os uniformes. “Eu tenho uma preocupação agora. Que se esse uniforme não chegar até o Carnaval, ele (Orlando Morando) vai postergar as aulas para a Páscoa”, ironizou Fuzari.

Nas redes sociais, moradores estão divididos a respeito da decisão de suspender as aulas. Muitos acreditam que a ampliação do atendimento não surtirá efeito, pois parte da população não teria interesse em se vacinar. “Não vejo necessidade, pois não pretendo viajar para uma área de risco. Também não sinto que a vacina fracionada é segura”, diz Sonia Maria, 47 anos, moradora do Rudge Ramos.

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura teria decidido utilizar as escolas como postos de vacinação depois de registrar uma baixa adesão durante a campanha iniciada no último dia 25/01. Nos três primeiros dias, foram vacinadas 79 mil pessoas, enquanto o público estipulado era de 105 mil.

A respeito da entrega dos uniformes, em vídeo publicado na internet, em dezembro de 2017, e por meio de notas encaminhadas à imprensa, o prefeito Orlando Morando declarou que o processo licitatório para confecção das roupas e calçados estaria dentro do prazo para permitir a entrega dos itens no início das aulas.

Sobre o material escolar, no último dia 10/01, a administração municipal apresentou o kit que será entregue aos alunos durante a reunião de pais, agendada para o próximo sábado, dia 3 de fevereiro.

Quanto à questão do processo de contratação das merendeiras, em transmissão ao vivo pelo Facebook realizada neste mês de janeiro, Morando indicou que a licitação está em andamento, mas não comentou o envolvimento do Tribunal de Contas do Estado e não deu prazo para a assinatura do contrato com a nova empresa.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para que a mesma se posicione sobre as críticas e acusações feitas envolvendo o adiamento da volta às aulas. Mais informações em breve.

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