Como o transporte por aplicativo ameaça a hegemonia da SBCTrans

Quando se instalou no Brasil em maio de 2014, a Uber atuou como concorrente direta do táxi. Mais de cinco anos depois, a empresa de transporte por aplicativo agora ameaça as companhias de ônibus.

Um estudo feito pelo Gaesi, grupo de pesquisadores sobre automação em mobilidade da Universidade de São Paulo, aponta que a maioria dos usuários da Uber eram “clientes” do transporte público e migraram para o serviço em busca de conforto.

Em São Bernardo, o que chama a atenção é que o valor da corrida pelo aplicativo, muitas vezes superior ao cobrado por um ônibus da SBCTrans, não parece empecilho para os passageiros ouvidos pela reportagem.

“Na semana, eu chego a esperar mais de 40 minutos pelo ônibus. É melhor pegar um Uber, mesmo pagando alguns reais a mais.”, explica a analista de laboratório Tânia Siqueira, de 29 anos.

Um passeio em família também aparenta ser mais vantajoso quando feito por aplicativo. “Aqui somos em três. Na ida ao shopping sai quase o mesmo preço ir de ônibus, mas o carro nos deixa na porta”, comenta o corretor de imóveis Márcio Silva, morador do Assunção.

Vale lembrar que a SBCTrans detém o monopólio do transporte na cidade e o cenário não deve mudar nos próximos anos, apesar da nova licitação aberta pela administração municipal.

Prefeitura vai de 99
Alguns empregadores já começaram a oferecer aos funcionários a possibilidade de trocar o ônibus comum ou fretado por transporte por aplicativo.

A própria Prefeitura de São Bernardo viu vantagem em usar os serviços da 99. O Paço possui um convênio com a plataforma que substituiu o uso de veículos oficiais.

Quando da renovação do contrato, o prefeito Orlando Morando ressaltou a economia. “O aplicativo é mais eficiente e permite o melhor controle [de recursos] da administração pública, resultando em menor gasto com combustível, motorista e manutenção”, declarou o chefe do Executivo.

À imprensa, a Uber costuma dizer que o aplicativo não concorre, mas “complementa” o transporte público. Na prática, o aplicativo parece deixar para os ônibus apenas os passageiros que dependem do vale-transporte.


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